O estado do tempo verificado durante o mês de abril permitiu alguma recuperação das pastagens; contudo, causou constrangimentos aos trabalhos de sementeira e plantação das culturas da época.
O mês de abril foi mais frio que o normal, com a ocorrência de ventos por vezes fortes, e precipitação relativamente frequente, com exceção da ilha de Santa Maria, onde foi mais baixa
Quadro 1 – Temperatura e Precipitação do mês de referência
O valor da temperatura média do ar variou entre 14,4 ºC na ilha Terceira e 15,5 ºC nas ilhas de Santa Maria e São Miguel; a temperatura mínima mais baixa foi 6,3 ºC, na ilha Terceira, e a máxima mais elevada foi 22,0 ºC, na ilha do Pico.
Quanto à precipitação, o valor mais elevado dos totais mensais foi registado na ilha das Flores (143,0 mm) e o valor mais baixo na ilha de Santa Maria (38,4 mm).
O estado do tempo verificado durante o mês de abril, embora permitisse alguma melhoria do desenvolvimento vegetativo das pastagens, causou alguns constrangimentos aos trabalhos de sementeira e plantação das culturas da época.
As pastagens começaram a recuperar do inverno e dos temporais do mês anterior, sobretudo as pastagens situadas em zonas baixas e médias. No entanto, a produção de erva foi abaixo do habitual para a época, com exceção das ilhas de São Miguel, Pico e Flores, onde o seu desenvolvimento vegetativo se situou dentro do normal.
A área cultivada com batata do cedo foi inferior à do ano anterior nas ilhas Terceira, Graciosa e São Jorge, verificando-se uma redução de área ainda maior do que inicialmente previsto. Tal deveu-se, essencialmente, ao estado do tempo, mas também a alguma desmotivação dos produtores devido à falta de mão de obra. Na ilha Graciosa, o preço elevado da batata de semente também teve uma influência significativa na diminuição da área. Nas restantes ilhas espera-se que a área permaneça sensivelmente idêntica à cultivada no ano anterior.
Quadro 2 – Áreas de Sementeira ou Plantação
Quanto às áreas semeadas com milho grão espera-se, numa primeira estimativa, uma redução de área face ao ano anterior nas ilhas Terceira, São Jorge e Pico. A cultura do milho grão tem vindo gradualmente a perder área, sendo uma cultura com pouca expressão na grande maioria das ilhas.
As áreas de milho forragem mantém-se idênticas ao ano anterior, com exceção da ilha Terceira onde, numa primeira estimativa, se situa nos 90% do ano passado. O estado do tempo, com precipitação frequente e relativamente abundante, dificultou os trabalhos de preparação das terras para a implantação da cultura de milho. Nas ilhas do grupo ocidental, a sementeira é feita mais tarde, pelo que ainda se desconhece a variação de área homóloga do ano anterior.
A cultura do inhame proporcionou uma produção dentro dos parâmetros considerados normais na maioria das ilhas. Verificaram-se os valores mais baixos nas ilhas de Santa Maria e Terceira, nomeadamente uma produção de 90% do normal. Alguns fatores relacionados com o maneio, tal como o cultivo em solos pouco adequados, poderão ser a principal causa de uma produção mais baixa nestas ilhas.
Quadro 3 – Colheitas no mês de referência
Nota metodológica
Introdução
O Estado das Culturas e Previsão das Colheitas (ECPC) é um projeto mensal que disponibiliza informação de carácter previsional, relativamente a áreas, rendimentos e produções das principais culturas dos Açores.
A abrangência da operação estatística, no âmbito da produção vegetal é relativamente vasta, permitindo o acompanhamento das principais culturas.
Recolha
A recolha da informação junto das explorações agrícolas é feita de forma sistematizada garantindo a cobertura espacial e heterogeneidade cultural adequada, e promovendo contatos regulares com os agricultores representativos da realidade agrícola da área de atuação. As hortas familiares não são consideradas.
As fontes de informação, constituem mais um dos vetores sobre os quais assenta a recolha, exigindo um esforço contínuo no sentido de avaliar a representatividade e credibilidade das fontes contactadas e garantir que este inventário acompanhe a evolução dos agentes económicos acreditados regionalmente. Estas fontes incluem: peritos regionais, cooperativas agrícolas, associações de agricultores, empresas do ramo agroindustrial, organismos de intervenção agrícola e de coordenação e estruturas de mercado (empresas de serviços e assistência técnica, nomeadamente as relativas à venda de fatores de produção).
A recolha assenta ainda na observação direta da paisagem
Tratamento de Informação Quantitativa
O tratamento da informação tem como base, os dados disponíveis referentes à área, rendimento e produção do ano anterior (n-1), por cultura.
A informação deverá ser transmitida através de índices correspondentes às variações, relativas ao ano anterior (n-1), de áreas (apenas para as culturas temporárias), rendimentos das culturas e produções, segundo um calendário cultural. Para os rendimentos e produções é produzida também informação, através de números índice, relativamente a um ano considerado normal.
Tratamento de Informação Qualitativa
Aos informadores é solicitada a abordagem de aspetos determinantes da conjuntura agrícola, como a influência das condições climatéricas, fitossanidade e outros assuntos que possam ser considerados relevantes, relacionando-os com o estado das culturas.
Sinais convencionais
– – Dado nulo ou não aplicável
x – Dado não disponível
‘ – 1.ª Estimativa
‘’ – 2.ª Estimativa




