A área cultivada de batata do cedo, no mês de março, foi ligeiramente inferior à do ano passado, em algumas ilhas; tal deveu-se, sobretudo, ao estado do tempo
O mês de março foi mais frio que o habitual para a época e verificou-se a ocorrência frequente de ventos fortes. A precipitação situou-se dentro dos parâmetros considerados normais.
Quadro 1 – Temperatura e Precipitação do mês de referência
O valor da temperatura média do ar variou entre 13,3 ºC na ilha de São Jorge e 14,6 ºC na ilha do Corvo; a temperatura mínima mais baixa foi 7,2 ºC, na ilha Graciosa, e a máxima mais elevada foi 21,8 ºC, na ilha do Faial.
Quanto à precipitação, o valor mais elevado dos totais mensais foi registado na ilha das Flores (184,4 mm) e o valor mais baixo na ilha Graciosa (95,0 mm). O estado do tempo verificado durante o mês de março exerceu uma influência negativa no desenvolvimento das pastagens, principalmente as situadas a maior altitude. Adicionalmente, o estado do tempo foi pouco favorável à efetuação da plantação de batata do cedo. As restantes culturas, poucas nesta época do ano, não foram muito afetadas.
As pastagens situadas em zonas altas e médias apresentaram um aspeto vegetativo pouco satisfatório, tendo sido penalizadas pelas condições climáticas adversas ocorridas nos últimos meses. Denotaram-se danos causados pelo vento, bem como pisoteio em consequência do encharcamento. As temperaturas baixas não permitiram um bom crescimento da erva. As pastagens situadas a menor altitude não foram tão afetadas pelo estado do tempo, proporcionando melhor produção e evidenciando menos estragos.
Prevê-se, numa primeira estimativa, que a área cultivada com batata do cedo seja ligeiramente inferior à do ano anterior nas ilhas Terceira, Graciosa, São Jorge e Pico. Tal deveu-se, essencialmente, ao estado do tempo, mas também a alguma desmotivação dos produtores devido à falta de mão de obra. Nas restantes ilhas espera-se que a área permaneça sensivelmente idêntica à cultivada no ano anterior.
Quadro 2 – Áreas de Sementeira ou Plantação
A cultura do inhame, não sendo uma cultura particularmente sensível às condições climáticas, proporcionou, até à data, uma produção dentro dos parâmetros considerados normais na maioria das ilhas. Contudo, na ilha das Flores a produção afigura-se ligeiramente inferior, enquanto nas ilhas de Santa Maria e Terceira, numa primeira estimativa, situar-se-á apenas em 85% do normal. Questões relacionadas com o maneio, nomeadamente o cultivo em solos pouco adequados, poderão estar relacionados com a diminuição de produção.
Quanto à cultura da batata-doce, a produção foi semelhante à do ano passado, tanto em quantidade como em qualidade. Apenas nas ilhas de Santa Maria e Terceira ficou ligeiramente aquém do habitual, embora, no caso da ilha de Santa Maria, um pouco superior ao que se previa na estimativa do mês anterior. Pelo contrário, na ilha Terceira, inicialmente esperava-se que a produção se situasse dentro do considerado normal, contudo, numa segunda estimativa, aponta-se para uma produção ligeiramente inferior.
Quadro 3 – Colheitas no mês de referência
Nota metodológica
Introdução
O Estado das Culturas e Previsão das Colheitas (ECPC) é um projeto mensal que disponibiliza informação de carácter previsional, relativamente a áreas, rendimentos e produções das principais culturas dos Açores.
A abrangência da operação estatística, no âmbito da produção vegetal é relativamente vasta, permitindo o acompanhamento das principais culturas.
Recolha
A recolha da informação junto das explorações agrícolas é feita de forma sistematizada garantindo a cobertura espacial e heterogeneidade cultural adequada, e promovendo contatos regulares com os agricultores representativos da realidade agrícola da área de atuação. As hortas familiares não são consideradas.
As fontes de informação, constituem mais um dos vetores sobre os quais assenta a recolha, exigindo um esforço contínuo no sentido de avaliar a representatividade e credibilidade das fontes contactadas e garantir que este inventário acompanhe a evolução dos agentes económicos acreditados regionalmente. Estas fontes incluem: peritos regionais, cooperativas agrícolas, associações de agricultores, empresas do ramo agroindustrial, organismos de intervenção agrícola e de coordenação e estruturas de mercado (empresas de serviços e assistência técnica, nomeadamente as relativas à venda de fatores de produção).
A recolha assenta ainda na observação direta da paisagem.
Tratamento de Informação Quantitativa
O tratamento da informação tem como base, os dados disponíveis referentes à área, rendimento e produção do ano anterior (n-1), por cultura.
A informação deverá ser transmitida através de índices correspondentes às variações, relativas ao ano anterior (n-1), de áreas (apenas para as culturas temporárias), rendimentos das culturas e produções, segundo um calendário cultural. Para os rendimentos e produções é produzida também informação, através de números índice, relativamente a um ano considerado normal.
Tratamento de Informação Qualitativa
Aos informadores é solicitada a abordagem de aspetos determinantes da conjuntura agrícola, como a influência das condições climatéricas, fitossanidade e outros assuntos que possam ser considerados relevantes, relacionando-os com o estado das culturas.
Sinais convencionais
– – Dado nulo ou não aplicável
x – Dado não disponível
‘ – 1.ª Estimativa
‘’ – 2.ª Estimativa




